Sombras na areia

Fotografias fascinantes que vão fazer pensar e letras de músicas eternas na nossa memória.

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Localização: Coimbra, Portugal

24 março, 2007

Formiga Bossa Nova


Foto de Pedro Miguel Rodrigues

Adriana Calcanhoto - Formiga Bossa Nova

Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.

Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.

Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.

Assim devera eu ser
se não fora
não querer.

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09 março, 2007

Porto Sentido


Foto de Miguel Afonso

Rui Veloso >> Porto Sentido

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende ate ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
erigida sobre um monte
no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
num rosto de cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

[refrão]
Ver-te assim abandonado
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa

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08 março, 2007

Cuidado Com A Inveja


Foto de Marta Gonçalves

Zeca Pagodinho >> Cuidado Com A Inveja

Cuidado com a inveja
Ela ainda te mata
Inez já é morta
E Marta morreu
Cuidado com a porta
Ela sempre se fecha
Pra quem tem a pecha de ser um
plebeu
Vê se larga eu
A raiva só faz mal pra quem tá com raiva
Teu olho grande pode te cegar
Se queres secar vai secar
pimenteira
Pra tua pimenta ficar devagar
Se eu ganho no bicho você fica
triste
Se eu mato uma gata você passa
mal
A minha alegria te deixa nervoso
O meu carro novo te irrita demais
Amigo coloca um amor no teu peito
Senão tua vida vai andar pra trás
Rapa fora Satanás

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04 março, 2007

Da Próxima Vez


Foto de Marília Medeiros

Luis Represas >> Da Próxima Vez

As ruas da minha cidade
Abriram os olhos de encanto
Para te ver passar

As pedras calaram os passos
E as casas abriram janelas
Só p’ra te ouvir cantar

Porque há muito, muito tempo
Não vinhas ao teu lugar
Ninguém sabia ao certo
Onde te procurar

Da próxima vez
Não vás
Sem deixar destino ou direcção
Se houver próxima vez
Não esqueças
Leva contigo recordação
E um beijo pendurado
Ao peito do teu coração

Quisemos saber como estavas
Se a vida tinha tomado
Bem conta de ti

Ou se a vida teve medo
E eras tu que a levava
Refugiada em ti

Cada verão que passava
Sentiamos-te chegar
Como era possível que o sol
Se atrevesse a brilhar

Deves trazer tantas histórias
Tantas que algumas ficaram
Caídas por aí

Outras eu tenho a certeza
O teu fogo na alma queimou
Deixaram de existir

Só queremos saber se és a mesma
Que vimo partir
Não existe mundo lá fora
Que te possa destruir

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