Sombras na areia

Fotografias fascinantes que vão fazer pensar e letras de músicas eternas na nossa memória.

Nome:
Localização: Coimbra, Portugal

01 julho, 2007

Shadows


Foto de Catarina Cunha

Rufus Wainwright >> Shadows

Who will keep
Keep me in this evening
Even though
They are not here with me

I could be a great star
Still I'm far from happy

Finally
Feel the world around me
Fighting through
Fighting through the whiskey

I could be a great star
Still I'm far from happy

Out of these shadows
Comes the light
Shadows comes the light

You will keep
Keep me in this evening
Even though
You are not here with me

I could be a great star
Still I'm far from happy
I could be a great star
I could be a great star
I could be a great star
I could be a great star

Out of these shadows
Comes the light
Out of these shadows
Comes the light
Shadows comes the light

08 junho, 2007

Delicate


Foto de Rosalina Afonso

Damien Rice >> Delicate

We might kiss when we are alone
When nobody's watching
We might take it home
We might make out when nobody's there
It's not that we're scared
It's just that it's delicate

So why do you fill my sorrow
With the words you've borrowed
From the only place you've known
And why do you sing Hallelujah
If it means nothing to you
Why do you sing with me at all?

We might live like never before
When there's nothing to give
Well how can we ask for more
We might make love in some sacred place
The look on your face is delicate

So why do you fill my sorrow
With the words you've borrowed
From the only place you've known
And why do you sing Hallelujah
If it means nothing to you
Why do you sing with me at all?

So why do you fill my sorrow
With the words you've borrowed
From the only place you've known
And why do you sing Hallelujah
If it means nothing to you
Why do you sing with me at all?

03 junho, 2007

Jesus Of Rio


Foto de Ricardo Zerrenner

Violent Femmes >> Jesus Of Rio

Christ the Redeemer towering high over Rio
Rio de Janeiro, Rio
Where they held a summit to save the world
And to mark the time when development
As traditionally understood-had failed
And the affluent North raping the South
Investment from the North means
Economic bondage for the South
Under the burden of debt payments
I was with a whore in Copenhagan
Drinking eight hundred dollars worth of
Champagne in kroner
She came from Rio
We were trying to save the world
We did not get what we wanted
She wanted money--
She did not get what she wanted
I missed my wife--
I did not get what I wanted
Death sat on my lap
Death sits on all our laps
While Christ the Redeemer
Towers high over Rio
Rio de Janeiro. Rio

31 maio, 2007

Only Superstition



Coldplay >> Only Superstition

A cardboard inner-city
Has found its way to me
It's out, and it's out, and it's out
Making me cry

I think that I will not move
I'm too scared to leave my room
But I won't be defeated, oh no

What if cards don't go my way?
Then it's sure to spoil my day
But in voices loud and clear
You say to me it's only superstition
It's only your imagination
It's only your other things that you feel
And the things from which you can't escape

Keep clean for the thousand time
Stand still and wait in line
So nobody's better than others, oh no

What if cards don't go my way?
Then it's sure to spoil my day
But in voices loud and clear

You say to me it's only superstition
It's only your imagination
It's only your other things that you feel
And the things from which you can't explain

And it's making me cry
And it's making me cry
And I'm slipping away, love
I'm slipping away

It's only superstition
Only your imagination
It's only superstition
Only superstition

13 abril, 2007

A Ilha Do Meu Fado


Foto de Pedro Vanzeler Colaço

Dulce Pontes - A Ilha Do Meu Fado

Esta ilha que há em mim
E que em ilha me transforma
Perdida num mar sem fim
Perdida dentro de mim
Tem da minha ilha a forma

Esta lava incandescente
Derramada no meu peito
Faz de mim um ser diferente
Tenho do mar a semente
Da saudade tenho o jeito

Trago no corpo a mornaça
Das brumas e nevoeiros
Há uma nuvem que ameaça
Desfazer-se em aguaceiros
Nestes meus olhos de garça

Neste bêco sem saída
Onde o meu coração mora
Oiço sons da despedida
Vejo sinais de partida
Mas teimo em mão ir embora

10 abril, 2007

Abra A Boca E Feche Os Olhos


Foto de Pipoca

Patrícia Marx - Abra A Boca E Feche Os Olhos

Abra a boca e feche os olhos viver é gostoso demais
Pirulito bate-bate e o meu coração vai atrás
No faz-de-conta tem pé-de-caramelo
Tem um castelo, olê, olê, olá
Tem uma festa, uma mesa de doce, um jasmim
Vou querer um pedaço de bolo
Guarde um pouquinho pra mim

Depois de tudo quero você vem comigo
Contar as estrelas é bom quando existe um amigo
Num mundo de sonhos eu vou te levar
No meu piquenique brincar na floresta
Imagens de folhas pra deitar e rolar

Doce creme (de morango)
Tem açúcar (jambo, jambo)
Um suspiro
Que delícia e doce pra sempre será

Doce creme (de morango)
Tem açúcar (jambo, jambo)
Um suspiro
Que delícia e doce pra sempre será!

02 abril, 2007

Aqui ou em Qualquer Lugar



Tihuana - Aqui ou em Qualquer Lugar

Eu sei que um dia vai ser diferente
Que o mundo pra gente vai acontecer
E o céu escuro vai brilhar, eu juro!
Mandei meu futuro ir na frente correr...

Eu sei que não posso parar tanto assim
Se eu olho o céu a casa cai em mim
E quase já não sei quem sou, e é o fim
E ainda nem começou

Na verdade temos pouco tempo
Pra escolher um caminho melhor para gente
Vou em frente, à beira da verdade
Longe do meu presente
Tão ausente
Sinto que entre nós tudo ficou diferente
E pra sempre vão nos vigiar
Aqui ou em qualquer lugar...

Olho nos olhos
Vou vivendo e aprendendo a jogar
Correndo e sempre
Vendo o seu julgamento no olhar

24 março, 2007

Formiga Bossa Nova


Foto de Pedro Miguel Rodrigues

Adriana Calcanhoto - Formiga Bossa Nova

Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.

Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.

Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.

Assim devera eu ser
se não fora
não querer.

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09 março, 2007

Porto Sentido


Foto de Miguel Afonso

Rui Veloso >> Porto Sentido

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende ate ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
erigida sobre um monte
no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
num rosto de cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

[refrão]
Ver-te assim abandonado
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa

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08 março, 2007

Cuidado Com A Inveja


Foto de Marta Gonçalves

Zeca Pagodinho >> Cuidado Com A Inveja

Cuidado com a inveja
Ela ainda te mata
Inez já é morta
E Marta morreu
Cuidado com a porta
Ela sempre se fecha
Pra quem tem a pecha de ser um
plebeu
Vê se larga eu
A raiva só faz mal pra quem tá com raiva
Teu olho grande pode te cegar
Se queres secar vai secar
pimenteira
Pra tua pimenta ficar devagar
Se eu ganho no bicho você fica
triste
Se eu mato uma gata você passa
mal
A minha alegria te deixa nervoso
O meu carro novo te irrita demais
Amigo coloca um amor no teu peito
Senão tua vida vai andar pra trás
Rapa fora Satanás

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04 março, 2007

Da Próxima Vez


Foto de Marília Medeiros

Luis Represas >> Da Próxima Vez

As ruas da minha cidade
Abriram os olhos de encanto
Para te ver passar

As pedras calaram os passos
E as casas abriram janelas
Só p’ra te ouvir cantar

Porque há muito, muito tempo
Não vinhas ao teu lugar
Ninguém sabia ao certo
Onde te procurar

Da próxima vez
Não vás
Sem deixar destino ou direcção
Se houver próxima vez
Não esqueças
Leva contigo recordação
E um beijo pendurado
Ao peito do teu coração

Quisemos saber como estavas
Se a vida tinha tomado
Bem conta de ti

Ou se a vida teve medo
E eras tu que a levava
Refugiada em ti

Cada verão que passava
Sentiamos-te chegar
Como era possível que o sol
Se atrevesse a brilhar

Deves trazer tantas histórias
Tantas que algumas ficaram
Caídas por aí

Outras eu tenho a certeza
O teu fogo na alma queimou
Deixaram de existir

Só queremos saber se és a mesma
Que vimo partir
Não existe mundo lá fora
Que te possa destruir

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27 fevereiro, 2007

Liberdade


Foto de Maria Paula

Djavan >> Liberdade

Um amor
ou um gen
da mesma cor
cintila
em mim
o chão a tremer
conduz
a luz
meu amor
e quer me matar
de amor
que seja
assim
por obedecer
viver
por mim

E voar
onde o longe é pouco
cruzar os muros
do alƒm
e assim
pousar na terra
e amar
muito mais que poucos
pousar a vida
em duas mãos
e assim
cruzar a terra

Liberdade
vai na poesia
traz meu destino
que eu vou
sair

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26 fevereiro, 2007

Música De Trabalho


Foto de Luis Zilhão

Legião Urbana - Música De Trabalho


Sem trabalho eu não nada
Não tenho dignidade
Não sinto o meu valor
Não tenho identidade
Mas o que eu tenho é só um emprego
E um salário miserável
Eu tenho o meu ofício
Que me cansa de verdade
Tem gente que não têm nada
E outros que têm mais do que precisam
Tem gente que não quer saber de trabalhar
Mas quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar p'rá casa, pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
Todo o meu cansaço
Nossa vida não é boa
E nem podemos reclamar
Sei que existe injustiça
Eu sei o que acontece
tenho medo da polícia
Eu sei o que acontece
Se você você não segue as ordens
Se você não obedece
E não suporta o sofrimento
Está destinado à miséria
Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
E quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar p'rá casa, pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
Do pouco que não temos
Quem sabe esquecer um pouco
De tudo que não sabemos

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25 fevereiro, 2007

Flagra


Foto de Luis Costa

Rita Lee - Flagra

No escurinho do cinema
Chupando drops de aniz
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz

Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho
Minha garota é Mae West
Eu sou o Sheik Valentino

Mas de repente o filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes, cruzes!
Que flagra! (3x)

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24 fevereiro, 2007

Faith


Foto de Lara Pires

The Cure - Faith


Catch me if I fall
I'm losing hold
I can't just carry on this way
And every time
I turn away
Lose another blind game
The idea of perfection holds me...
Suddenly I see you change
Everything at once
The same
But the mountain never moves...

Rape me like a child
Christened in blood
Painted like an unknown saint
There's nothing left but hope...
Your voice is dead
And old
And always empty
Trust in me through closing years
Perfect moments wait...
If only we could stay
Please
Say the right words
Or cry like the stone white clown
And stand
Lost forever in a happy crowd...

No-one lifts their hands
No-one lifts their eyes
Justified with empty words
The party just gets better and better...

I went away alone
With nothing left
But faith

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20 fevereiro, 2007

Beijo Partido


Foto de Júlio César Ferreira

Milton Nascimento - Beijo Partido

Sabe, eu não faço fé nessa minha loucura
E digo
Eu não gosto de quem me arruina em pedaços
E Deus é quem sabe de ti
E eu não mereço um beijo partido
Hoje não passa de um dia perdido no tempo
E fico longe de tudo o que sei
Não se fala mais nisso, eu sei
Eu serei pra você o que não me importa saber
Hoje não passa de um vaso quebrado no peito
E grito
Olha o beijo partido
Onde estará a rainha que a lucidez escondeu?
Hoje não passa de um vaso quebrado no peito...

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19 fevereiro, 2007

A Felicidade


Foto de José Silva Pinto

Tom Jobim >> A Felicidade

Tristeza não tem fim
Felicidade, sim...

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar...

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval,
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento do sonho
Pra fazer a fantasia de rei, ou pirata,
ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira

A felicidade é como gota de orvalho
Numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A minha felicidade está brilhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo por favor
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos do amor
Tristeza nao tem fim...

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15 fevereiro, 2007

Nine Million Bicycles


Foto de José Silva Pinto

Katie Melua >> Nine Million Bicycles

There are nine million bicycles in Beijing
That's a fact
It's a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die

We are twelve billion light years from the edge
That's a guess
No-one can ever say it's true
But I know that I will always be with you

I'm warmed by the fire of your love everyday
So don't call me a liar
Just believe everything that I say

There are six billion people in the world
More or less
And it makes me feel quite small
But you're the one I love the most of all

We're high on the wire
With the world in our sight
And I'll never tire
Of the love that you give me every night

There are nine million bicycles in Beijing
That's a fact
It's a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die

And there are nine million bicycles in Beijing
And you know that I will love you till I die.

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13 fevereiro, 2007

Adeus Que Me Vou Embora


Foto de José Elias

Humanos - Adeus Que Me Vou Embora

Adeus que me vou embora
Adeus que me vou embora

Adeus que me embora vou
Adeus que me embora vou

Vou daqui para a minha terra
Vou daqui para a minha terra

que eu desta terra não sou
que eu desta terra não sou

Tenho minha mãe à espera
Tenho minha mãe à espera

Cansada de me esperar
Cansada de me esperar

Naquela encosta da serra
Naquela encosta da serra

Vamos ser dois a chorar
Vamos ser dois a chorar

À espera tenho o meu pai
À espera tenho o meu pai

aos anos que não vejo
aos anos que não vejo

O tempo que vai durar
O tempo que vai durar

O meu abraço, o meu beijo
O meu abraço, o meu beijo

Vim solteiro e vou solteiro
Vim solteiro e vou solteiro

vou livre de corações
vou livre de corações

Se alguém me quiser prender
Se alguém me quiser prender

ja não vou dizer que não
ja não vou dizer que não

Adeus que me vou embora
Adeus que me vou embora

Adeus que me embora vou
Adeus que me embora vou

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12 fevereiro, 2007

Permanecer Criança


Foto de João Sargo

Aline Barros >> Permanecer Criança

Eu quero crescer
Mas permanecer criança
No jeito de ser
Sincero e puro de coração
Eu quero crescer
Na graça e poder de Jesus

Eu quero andar
Com Deus e honrar meus pais
Eu quero ouvir e obedecer sem reclamar
Pois sei que os meus pais são como canais
Pra Deus me ensinar

Eu quero servir no Reino de Deus pra valer
Ser como Davi, ser como Jesus
Sair luz e resplandecer na escuridão
Fazer a vontade de Deus
Nessa geração.

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10 fevereiro, 2007

Surfer Girl


Foto de João Santiago

Beach Boys >> Surfer Girl

Little surfer, little one
Made my heart come all undone.
Do you love me?
Do you surfer girl?
My little surfer girl.

I have watched you on the shore
Standing by the ocean's roar.
Do you love me?
Do you surfer girl?

We could ride the surf together
While our love would grow.
In my woody, I would take you
Everywhere I go.

So I say from me to you
I will make your dreams come true.
Do you love me?
Do you surfer girl?
My little surfer girl.
Little one.
Little one.

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07 fevereiro, 2007

Alexandre


Foto de João Santiago

Caetano Veloso >> Alexandre

Ele nasceu no mês do leão, sua mãe uma bacante
E o rei, seu pai, um conquistador tão valente
Que o príncipe adolescente pensou que já nada restaria
Pra, se ele chegasse a rei, conquistar por si só.
Mas muito cedo ele se revelou um menino extraordinário:
O corpo de bronze, os olhos cor de chuva e os cabelos cor de sol.

Alexandre
De Olímpia e Filipe o menino nasceu, mas ele aprendeu
Que seu pai foi um raio que veio do céu

Ele escolheu seu cavalo por parecer indomável
E pôs-lhe o nome: Bucéfalo
Ao dominá-lo , para júbilo, espanto e escândalo
De seu próprio pai, que contratou para seu preceptor
Um sábio de Estagira
Cuja cabeça ainda hoje sustenta o Ocidente:
O nome, Aristóteles – nome Aristóteles se repetiria
Desde esses tempos até nossos tempos e além.
Ele ensinou o jovem Alexandre a sentir filosofia
Pra que, mais que forte e valente, chegasse ele a ser sábio também.

Alexandre
De Olímpia e Filipe o menino nasceu, mas ele aprendeu
Que seu pai foi um raio que veio do céu

Ainda criança ele surpreendeu importantes visitantes
Vindos como embaixadores do Império da Pérsia
Pois os recebeu, na ausência de Filipe, com gestos elegantes
De que o rei, seu próprio pai, não seria capaz.
Em breve estaria ao lado de Filipe no campo de batalha
E assinalaria seu nome na história entre os grandes generais.

Alexandre
De Olímpia e Filipe o menino nasceu, mas ele aprendeu
Que seu pai foi um raio que veio do céu

Com Hefestião, seu amado
Seu bem na paz e na guerra
Correu em honra de Pátroclo – os dois corpos nus –
Junto ao túmulo de Aquiles
O herói enamorado, o amor

Na grande batalha de Queronéia, Alexandre destruía
A Esquadra Sagrada de Tebas, chamada A Invencível.
Aos dezesseis anos, só dezesseis anos, assim já exibia
Toda a amplidão da luz do seu gênio militar.
Olímpia incitava o menino do sol a afirmar-se
Se Filipe deixava a família da mãe
De outro filho dos seus se insinuar.

Alexandre
De Olímpia e Filipe o menino nasceu, mas ele aprendeu
Que seu pai foi um raio que veio do céu

Feito rei aos vinte anos
Transformou a Macedônia,
Que era um reino periférico, dito bárbaro,
Em esteio do helenismo e dos gregos, seu futuro, seu sol.

O grande Alexandre, o Grande, Alexandre
Conquistou o Egito e a Pérsia
Fundou cidades, cortou o nó górdio, foi grande;
Se embriagou de poder, alto e fundo, fundando o nosso mundo,
Foi generoso e malvado, magnânimo e cruel;
Casou com uma persa, misturando raças, mudou-nos terra céu e mar,
Morreu muito moço, mas antes impôs-se do Punjab a Gibraltar.

Alexandre
De Olímpia e Filipe o menino nasceu, mas ele aprendeu
Que seu pai foi um raio que veio do céu

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06 fevereiro, 2007

Mais Perto do Céu


Foto de João Santiago

Pedro Abrunhosa - Mais Perto do Céu

Enquanto eu te escrevo,
Saravejo morre lenta
uma morte amordacada
no silencio dos tiros
e na paz da granada.
A noite acoita o metralhar
sera homem ou fera
este triste uivar?
Posso ver as avenidas,
coloridas, presentes,
hoje sombras despidas
do passado distante.
A vez do vizinho
que hoje foi a enterrar,
sozinho, claro, que morrer é ficar.
Os amantes ali estao
abracados no asfalto
onde as balas la do alto
os apanharam à traicao,
no coracao, que é o sitio ideal
para quem mata a paixao,
que amar é fatal.

+ perto do céu
anjo d'alma azul
+ perto do céu
+ longe que o sul.

Calor, ja nao ha,
só se for o da mortalha
que é o lencol que me agasalha
e a cama onde me deito
e me enrolo sobre o peito,
recordando o céu azul,
e quer a norte quer a sul
a liberdade de fugir.
Ficar a resistir,
morrer, nem pensar,
que a coragem de aqui estar,
como ontem em Guernica,
é a vontade de quem fica.
Vazia a dispensa
é pior a indiferenca.
Auschwitz ou Buchenwald
que afinal foram debalde,
porque as câmaras de gas
nao ficaram para tras
estao aqui à minha frente.
Eu só quero estar presente
de novo em Nurembrega,
porque um povo nao se verga.

Refrao

Por isso aqui estou
com arma sem municao,
carne para canhao
para contar toda a verdade...
... e liberdade.
E no futuro, nem sequer se vao lembrar
que tudo dói, mesmo Tolstoi
lido à luz da curta vela.
Saravejo donzela
tantas vezes violada,
sempre só, abandonada.
Tudo o que tenho
é o empenho de quem sonha.
O silencio é vergonha,
arma mortal, punhal
que mata e maltrata
escondido, sem ruido,
tantas vezes repetido,
e penetra no meu corpo,
que deixa morto
pelas costas...
sem resposta.
Agora é de vez.
Faz frio no inferno deste Inverno.
Cada bomba é uma sombra de indiferenca.

Crenca que tem que mudar.
Ha que gritar e mostrar
ao mundo os mortos
que o mundo ignora
e demora a perceber.
Uso a caneta
que é a minha baioneta,
pais eterno
que deixo no caderno
tenho medo que me esquecas
e me pecas para calar a voz,
mas nao o facas,
porque ontem foram ao outros
e hoje nós.

Refrao (2X)

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04 fevereiro, 2007

Tempo


Foto de João Pejapes

Pedro Abrunhosa - Tempo

Batem relógios no raiar dos dias,
Por cada batida novas fantasias.
Loucas palavras, luzes cor de mel,
Ventos que trazem nuvens de papel.

Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer.
Quanto + longe + perto de ti.

Vozes ao longe chamam por min,
Cantigas, magia, passos de arlequim.
Estrelas cadentes na palma da mão,
Milagres, duendes, rasgos de paixão.

Refrão

Ouço os segredos do fundo do mar,
Barcos perdidos, sereias a cantar.
Trago o teu nome escrito no peito,
Volta para mim, faz teu o meu leito.

Refrão

+ perto de ti
+ perto de ti
+ perto de ti....

03 fevereiro, 2007

You put something better inside of me


Foto de João Pejapes

Stealers Wheel >> You put something better inside of me

You put something better inside of me,
You put something better inside of me.

I could look out the window or stare at the wall,
But really it didn't matter, no, I just didn't care at all.
Could be sitting by the water, counting every stone,
'Cause nothing means nothing when you're empty and on your own.

But you put something better inside of me,
You put something better inside of me.
Makes me so much stronger,
I'm amazed at the change in me.

Well, I knew what I was doing, I was running away,
Busy going nowhere, just wasting the time of day.
Walking down the road, kicking up the stones,
Nothing means nothing when you're empty and on your own.

But you put something better inside of me,
You put something better inside of me.
Makes me so much stronger,
I'm amazed at the change in me.

01 fevereiro, 2007

A Dança


Foto de Jet

Polo Norte >> A Dança


Chegaste em passos apertados
Os olhos embargados cheios de medos teus
Pediste que te levasse a mágoa
E te tocasse a alma
Olhando para os meus.
Apertei-te contra o peito, num abraço perfeito...

A rua como companhia
Às vezes escura e fria... Dura realidade.
Ninguém olha para ti com olhos de gente
Até mesmo indiferente, a quem és de verdade.
Esquece o teu mundo lá fora, é hora de ir dançar...

Esta noite dança só para mim
Que esta dança nunca tenha fim
São asas que me dás
Levam alto, para longe...

Esquece o teu mundo lá fora, é hora de ir dançar...

E esta noite dança só para mim
Que esta dança nunca tenha fim
São asas que me dás
Levam alto...
E esta noite dança só para mim
Que esta dança nunca tenha fim
São asas que me dás
Levam alto, para longe... até de mim...
Até de mim...

31 janeiro, 2007

Na Prisão


Foto de Ivaldo Cavalcante

Sérgio Godinho >> Na Prisão

Dois três zero, guarda chama
já não tarda
hão-de revirar a cama
hão-de revistar a cela
olhar, espiolhar, esquadrinhar
verificar
barra a barra, se a janela…

Na prisão
Na prisão
poucos são
os teus pertences
mas ninguém sabe
onde escondes
o que de secreto penses

Na prisão
Na prisão
o portão
abre ao contrário
e é na culpa
que defrontas
o maior adversário

Na prisão
Na prisão
a lição
serve p´ra vida
nunca pouses
onde sempre
podes andar de fugida

Na prisão
Na prisão
muitos são
os preventivos
só na sentença
contarás ao certo
os dias já perdidos

Hoje é dia de visita
rapariga
pinta a boca e ata a fita
Hoje é dia de visita
meu rapaz
põe a camisa bonita
Sou p´ra ti, aqui me tens
p´ra semana, vens, não vens?
Vai tocar a campaínha
e a tua mão ainda na minha
e em surdina já te gritas:
Porque há horas tão velozes
e semanas infinitas ?

Na prisão
Na prisão
um irmão
é precioso
pouco interessa
que a lei justa
veja nele um criminoso

Na prisão
Na prisão
dentro do pão
dois pacotes
pode ser que ao
consumi-los
muitas raivas tu enxotes

Na prisão
Na prisão
o pulmão
respira à toa
não se entende
se morrer
é quase nunca coisa boa

Na prisão
Na prisão
O tesão
é cofre-forte
que ora solta
a semente
para a vida
ou para a morte

Hoje é dia de visita
rapariga
pinta a boca e ata a fita
Hoje é dia de visita
meu rapaz
põe a camisa bonita
Sou p´ra ti, aqui me tens
p´ra semana, vens, não vens?
Vai tocar a campaínha
e a tua mão ainda na minha
e em surdina já te gritas:
Porque há horas tão velozes
e semanas infinitas?

Na prisão
Na prisão
O trovão
não relampeja
mas ao menos
nessa espera
Nunca abrigo se deseja

Na prisão
Na prisão
a televisão
nunca tem grades
passa crimes
e delitos
que vão ser impunidades

Na prisão
Na prisão
com razão
se tenta a fuga
mas quando avanças
marcas passo
impaciente tartaruga
Na prisão
Na prisão
a escuridão
nunca nos cega
vemos túneis
que se acendem
quando neles se escorrega

Hoje é dia de visita
rapariga
pinta a boca e ata a fita
Hoje é dia de visita
meu rapaz
põe a camisa bonita
Sou p´ra ti, aqui me tens
p´ra semana, vens, não vens?
Vai tocar a campaínha
e a tua mão ainda na minha
e em surdina já te gritas:
Porque há horas tão velozes
e semanas infinitas ?

Na prisão
Na prisão
o portão
abre p´ra fora
e a liberdade
é de repente
o que ao longe te apavora

E da prisão
da prisão
tens na mão
a tatuagem
que perfura
os caminhos
em quadrado da viagem

30 janeiro, 2007

Crença


Foto de Hugo Delgado

Netinho >> Crença

Clareia minha mãe, clareia
Rainha do mar, do mar é sereia
Clareia minha mãe clareia
Rainha do mar, do mar é sereia

Menino que cruza arco-íris não cresce
Pescador não entra no mar sem rezar
Saci pererê, curupira que assusta
Preto velho ensina labuta
Morena me ensina a dançar

A lua bonita convida a criança
A roda baiana convida a girar
Não saio daqui sem te levar menina

As estrelas do céu estão pedindo
Ciranda, ciranda, cirandar
Pescador sem rezar, não entra no mar

29 janeiro, 2007

Fuga


Foto de Frederic Gaillard

Wanessa Camargo >> Fuga

Vou fugir, me distrair
Um tempo pra ficar bem (me divertir)
Hoje vou me aventurar
Sem dia pra voltar
Mil razões a gente tem
Pra não estar contente (se preocupar)
Eu quero estar bem
Sem hora pra voltar
Não ter medo de voar
Livre sem passaporte
Ir a qualquer lugar
Viajar pra América do Norte
Quero descobrir assim
O que será melhor pra mim
Embarcar, deixar acontecer
Vou sem você
Quero descobrir assim
A vida pede mais por mim
Embarcar, deixar acontecer
Vou sem você.

28 janeiro, 2007

Nós Vamos Lá Chegar


Foto de Francisco Aguiar

Luis Represas >> Nós Vamos Lá Chegar

Há por aí
Tanta gente como eu
E como tu
Que sabe que não estamos sós

De uma esquina
Sai sempre uma outra rua
Quase sempre
Cheia de gente que sente

Como eu
Que vive muda nas palavras
Como tu
Que já não quer sentir mais nada
Se ficares
Algum tempo junto da janela
Hás-de ver
Que quem passa tem sempre um recado

Ouve-me bem
Que ha momentos em que parece
Que tu vives num deserto

Olha-me bem
Dentro dos meus olhos podes encontrar
Quem sabe um coração que bate
Mais certo com o teu
E com o de todo o mundo
Pois se há só uma batida
Pra nos guiar
Nós vamos lá chegar

Ha sempre
Mais do que uma restea de luz
Para quem
Não passa da mesma verdade
Como tu
A porta está ali ao lado
Da vontade
De querer seguir em frente


Como nós
Estamos na mesma viagem
Sem regresso
Não saímos nas paragens
Nem sabemos
Os camihos que nos esperam
Nem que pontes
É que vão cobrar portagem

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